(Foto: Thamyres Ribeiro, no Pinterest)
A Fiocruz, o World Mosquito Program (WMP) Brasil e a prefeitura de Niterói (RJ) vão finalizar a implementação do Método Wolbachia na cidade. Niterói será a primeira cidade da região Sudeste a ter em sua totalidade a cobertura pelo projeto, que já tem resultados positivos no território.
Em Niterói, a liberação de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia começou com uma ação piloto em Jurujuba em 2015, e cobriu 75% do território do município até 2021. Agora o Método Wolbachia chegará nos bairros que ainda não foram contemplados.
“As primeiras liberações do projeto piloto em Jurujuba, geraram resultados incríveis. Nós fizemos por lá liberações de ovos e a Wolbachia se estabeleceu e se mantém presente até os dias de hoje. Em 2017, começamos uma expansão no município e assim, chegamos em 33 bairros que abrangem as regiões Praia de Baía 1, Praia de Baía 2 e Região Oceânica", relembra Gabriel Sylvestre, gerente de implementação do WMP Brasil.
“Agora o Wolbito está de volta e o plano é completar o município de Niterói, liberando mosquitos, onde ainda não foram liberados. Dessa forma, Niterói será a primeira cidade da região sudeste a ter em sua totalidade a cobertura pela Wolbachia. Nessa expansão, em 2022, nós pretendemos liberar mosquitos em 19 bairros que estão localizados no restante da região norte que ainda não foi coberta, na região de Pendotiba e na região Leste”, reforça o líder do Método Wolbachia no país e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira.
Eficácia
Sylvestre conta que o WMP avalia a eficácia por meio de dois indicadores principais: os dados entomológicos, referentes ao estabelecimento da Wolbachia no território e sua permanência ao longo do tempo, e os dados epidemiológicos, que demonstram o impacto da tecnologia na redução da transmissão das arboviroses. No ano de 2021, dados que mostraram a eficácia da proteção garantida pela Wolbachia foram divulgados pelo WMP Brasil, conduzido no país pela Fiocruz. Os números apontam a redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas onde houve a intervenção entomológica.
“Esses números estão publicados em artigo científico e corroboram os dados do WMP em outros países, como na Indonésia, onde houve redução de 77% dos casos e 86% das hospitalizações”, destacou Luciano Moreira.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias (AFN).